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segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Além

Um par....
Dias de horas quentes ricas
Alegres mundanas
Sem, sem, sem, sem
Deus do Céu,
Filho, pai, mãe.....

Quando, uma menina gama
Hoje, jeho, johe....hejo
Coisas...... eu, e você
Menina, menina, nina...
Pés quentes, latejantes..
Retumbantes...
Um dia sim eu fui construir
...............................
Eu e você... quentes... livres.... líquidos, negros...................brancos..........

Já mudou eu sei....
Não avisa não
Fala sim, fala sim....
O lugar além
Lá, lá, lá.... hurrummm
Assim... fez dela tudo
No final de ti
O céu enaltece
Meu ser...

(Crimson)

terça-feira, 30 de julho de 2013

Vitalis

Esmagou a barata com a ponta do salto enquanto discursava sobre os benefícios e contribuições para o mundo em ser vegetariana e fumava um cigarro comprido, que parecia de puta, mas dava um charme qualquer...

Ele observava tudo como bom aluno e ouvidos aguçados, concordando francamente em seu ar abobado e com uma admiração digna de um pervertido, imaginando aquelas lindas ancas debruçadas ao seu dispor... Desejando incontrolavelmente o consumo da Carne!

Gritando aos quatro cantos do mundo, em uma breve euforia apaixonada, “Viva o reino plantae, viva os leguminosos, viva o sexo selvagem e orgânico, muito orgânico!!!”

Pararam em frente a um cine Cult na Rua Augusta, em cartaz um filme velho de um chileno, talvez um mexicano, muito provavelmente espanhol. “Pois nessa merda de submundo ninguém faz filme que presta! Só pode ser espanhol.” Em fim, o filme não importava...

Esperam o amigo viado dela, um cara baixinho com um andar manso, que sempre olhava com cara de vadia para ele e ele sempre ficava puto, pois desejava esses olhares da pequena coxuda, ao invés disso, ganhava umas belas talagadas de fumaça na cara... “A Porra do cigarro nunca acabava!”

Reparando no local, um lugar horrível, com uma gente estranha de cabelo esquisito -mas não é música não- Com óculos de gay, com roupas de burga, querendo fazer média de politizados esclarecidos... “Grande merda, tudo bando de porras loucas cheirando a leite! Se bobear, nunca ouviram falar de Le Cheval, e querem bancar de socialistas... Bando de pau no cu perfumadinhos!!”

Finalmente a bichona chegou, cheia de pompa e com aqueles óclinhos...

O filme, um tal de Exterminador de Anjos, ou algo assim, era preto e branco uma história maluca de uns caras presos em uma sala... “Porra de filme retardado”... Ele gostou com tudo, parecia sincero ao afirmar, mesmo não tendo entendido direito, mas achou estranhamente rápido para um filme que não sai do lugar, claro não era o verdadeiro Exterminador, ou melhor Terminador!

O importante que conseguiu avançar uns degraus na escalada da sua amada rabuda.... Faltando pouco para o enlace decisivo... Quase botou tudo a perder quando uma terceira mão vinda do lado oposto se postou em sua coxa... Logo viu que o little boy efeminado estava lhe acariciando... E o instinto, desenvolvido em anos de treinamento com um pai turrão e uns amigos bêbados que sempre arrumavam briga na escola, quase o fez perder todo o controle da situação e partir para atitudes levemente incômodas e não tão educadas assim... Por sorte seu braço bom, estava enroscado no pescoço da pequena, e impediu o soco já preparado que iria modestamente acertar o nariz do desgraçado do anão florido...

Na saída do cine, um convite abrupto o fez entender perfeitamente o porquê ele se submetia a horas de torturas com esses burgas efeminados... Nada como a boa e velha liberdade feminina, “-Vamos para minha casa guri?” Não se fez de rogado, o sim saiu antes mesmo que pensasse em como se pronuncia tal expressão! -levando em consideração que sempre pensamos em como se fala tudo, claro que as palavras comuns provavelmente leva-se poucas frações de segundos para registrar tal pensamento- Caminhando a passos largos rumo ao metro, nem se deu conta que o passeio noturno ao mundo dos prazeres não era exatamente um encontro intimo de dois amantes loucamente apaixonados; um estranho rabo agitado e saltitante seguia seus passos tortuosos...

Ah! O mundo animália, mundo orgânico, quão misteriosos são as criaturas vivas...

(Crimson)

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Olhar

Quando se olha... Vê
O acaso, um caso

Quando se olha... Vê
Um caso, carrasco

Quando se olha... Vê
Carrasco, em cascos

Quando se olha... Vê
Cascos, quebrados

Quando se olha... Vê
Quebrados, os ossos

Quando se olha... Vê
Ossos, enfileirados

Quando se olha... Vê
Enfileirados, os rostos

Quando se olha...

Rostos sem olhos

O carrasco sem ossos

Cascos sem casos

Acasos quebrados

Olhos enfileirados

(Crimson)

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Vício

Asfixia-me lentamente
A dor aguda insistente
Em poucos instantes
Choque terrível penetrante
O peito queima como brasa
Uma cegueira atordoante
Paralisa todo o corpo doente
Tapando os poros lentamente 
A respiração forte e abafada
Sensações indescritíveis...

Outro gole de uísque nove anos
Vagabundo, refrescante, alucinante
Outro gole, outro trago
A fumaça rasga intoxicante
Penetra amarga
Inebriado, embriagado
Quero que pare e me acalme
Outro gole outro trago e outro trago...

Mas, não adianta...
Os pensamentos perdidos e confusos
Dobro-me, contorço-me
Dor terrível, solitária, moribunda
O martírio interminável
As lágrimas brotam nos olhos
E nunca caem
Nenhuma gota, nunca mais...
Não é dor!
É saudade... Imaculada!

(Crimson)

segunda-feira, 11 de março de 2013

Tempo

O fracasso espiritual, perpetuando a ignorância da alma.
As lágrimas não rolam, Se escondem em sorrisos tímidos,
E finalmente os olhos ficam cinza...

(Crimson)

Tudo Que Eu Sempre Sonhei

Sempre pensei que aconteceria,
de criança acreditava nos adultos
que era só pagar pra ver.
Feio, meio assim desconfiado,
perna em xis, já barrigudo,
duvidando que eu conseguisse crescer.
Mesmo assim, contudo,
o tempo foi passando
e eu fui adiando, mudo,
os grandes dias que ia conhecer.
Quem sabe amanhã? Próximo ano?
Cebolinha com seus planos
infalíveis ia me ensinar a ser
forte, corajoso, bom de bola,
um dos bonitos da escola
muito embora eu não fizesse questão.
Ainda bem que eu sou brasileiro,
tão teimoso, esperançoso,
orgulhoso de ser pentacampeão,
já que se eu fosse americano
pegaria uma pistola
e a cabeça ia perder a razão:
mataria quinze na escola,
estouraria a caixola
e apareceria na televisão.
E por fim cresci, de insulto em insulto
eu me vi como um adulto,
culto, pronto pra o que mesmo? Já nem sei.
Olho e não encontro,
penso se não fui um tonto
de acreditar no conto
do vigário que escutei.
Não tem carro me esperando,
não tem mesa reservada,
só uma piada sem graça de português.
Não tem vinho nem champanhe ou taça,
só um dedo de cachaça
e um troco magro todo fim de mês.
Tudo que eu sempre sonhei.
Tanto que eu consegui...
É tão bom estar aqui...
Quanto ainda está por vir...
Mas bobagem, quanta amargura,
eu já sei que a vida é dura,
agora é pura questão de se acostumar.
Basta ter coragem e finura
e o jogo de cintura
aprendido dia a dia, bar em bar.
Pra que reclamar se tem conhaque,
se na tevê tem um craque
e o meu Timão só entra pra ganhar?
Pra que imitar Chico Buarque,
pra que querer ser um mártir
se faz parte do momento se entregar?
E por fim tem até namorada,
bonitinha, educada,
séria, tudo o que mamãe vive a pedir.
Tem beijinho e também trepada
e a consciência pesada
a cada nova vontadinha que surgir
de outra mulher, de liberdade,
de um amor de verdade,
de poder fechar os olhos e sorrir,
pensando que então, dali pra frente,
seja qual for tua idade,
o melhor ainda vai estar por vir!
Tudo o que eu sempre sonhei.
Tanto que eu consegui...
É tão bom estar aqui...
Quanto ainda está por vir...
Tudo que eu sempre sonhei.
Tanto que eu consegui...
É tão bom estar aqui...
Eu sei.
(Pullovers)

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Procura

Em uma esperança fugaz, revirei os corpos.

Em instantes tenebrosos, esfolei meus dedos, cavando e procurando.

Sem sentidos, apenas impulsos. Rápido, frenético;

Com golpes fortes e violentos, quebrei paredes; estourei amarras; rasguei gargantas.

O intuito, sempre positivo. Eu tinha que achar.

Mesmo exaurido, sem forças para pensar... Continuei!

Tanto tempo, tanto esforço e os anos de procura me levaram a uma conclusão.

A ânsia interminável de encontrar, me deixou cego, a ponto de destruir com a mesma impulsividade e voracidade, justamente o que procurava.

Mas esse não é o final terrível.

Eu destruí tudo sempre, para achar o que? Apenas sei...

Que não importa mais.


(Crimson)