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terça-feira, 30 de julho de 2013

Vitalis

Esmagou a barata com a ponta do salto enquanto discursava sobre os benefícios e contribuições para o mundo em ser vegetariana e fumava um cigarro comprido, que parecia de puta, mas dava um charme qualquer...

Ele observava tudo como bom aluno e ouvidos aguçados, concordando francamente em seu ar abobado e com uma admiração digna de um pervertido, imaginando aquelas lindas ancas debruçadas ao seu dispor... Desejando incontrolavelmente o consumo da Carne!

Gritando aos quatro cantos do mundo, em uma breve euforia apaixonada, “Viva o reino plantae, viva os leguminosos, viva o sexo selvagem e orgânico, muito orgânico!!!”

Pararam em frente a um cine Cult na Rua Augusta, em cartaz um filme velho de um chileno, talvez um mexicano, muito provavelmente espanhol. “Pois nessa merda de submundo ninguém faz filme que presta! Só pode ser espanhol.” Em fim, o filme não importava...

Esperam o amigo viado dela, um cara baixinho com um andar manso, que sempre olhava com cara de vadia para ele e ele sempre ficava puto, pois desejava esses olhares da pequena coxuda, ao invés disso, ganhava umas belas talagadas de fumaça na cara... “A Porra do cigarro nunca acabava!”

Reparando no local, um lugar horrível, com uma gente estranha de cabelo esquisito -mas não é música não- Com óculos de gay, com roupas de burga, querendo fazer média de politizados esclarecidos... “Grande merda, tudo bando de porras loucas cheirando a leite! Se bobear, nunca ouviram falar de Le Cheval, e querem bancar de socialistas... Bando de pau no cu perfumadinhos!!”

Finalmente a bichona chegou, cheia de pompa e com aqueles óclinhos...

O filme, um tal de Exterminador de Anjos, ou algo assim, era preto e branco uma história maluca de uns caras presos em uma sala... “Porra de filme retardado”... Ele gostou com tudo, parecia sincero ao afirmar, mesmo não tendo entendido direito, mas achou estranhamente rápido para um filme que não sai do lugar, claro não era o verdadeiro Exterminador, ou melhor Terminador!

O importante que conseguiu avançar uns degraus na escalada da sua amada rabuda.... Faltando pouco para o enlace decisivo... Quase botou tudo a perder quando uma terceira mão vinda do lado oposto se postou em sua coxa... Logo viu que o little boy efeminado estava lhe acariciando... E o instinto, desenvolvido em anos de treinamento com um pai turrão e uns amigos bêbados que sempre arrumavam briga na escola, quase o fez perder todo o controle da situação e partir para atitudes levemente incômodas e não tão educadas assim... Por sorte seu braço bom, estava enroscado no pescoço da pequena, e impediu o soco já preparado que iria modestamente acertar o nariz do desgraçado do anão florido...

Na saída do cine, um convite abrupto o fez entender perfeitamente o porquê ele se submetia a horas de torturas com esses burgas efeminados... Nada como a boa e velha liberdade feminina, “-Vamos para minha casa guri?” Não se fez de rogado, o sim saiu antes mesmo que pensasse em como se pronuncia tal expressão! -levando em consideração que sempre pensamos em como se fala tudo, claro que as palavras comuns provavelmente leva-se poucas frações de segundos para registrar tal pensamento- Caminhando a passos largos rumo ao metro, nem se deu conta que o passeio noturno ao mundo dos prazeres não era exatamente um encontro intimo de dois amantes loucamente apaixonados; um estranho rabo agitado e saltitante seguia seus passos tortuosos...

Ah! O mundo animália, mundo orgânico, quão misteriosos são as criaturas vivas...

(Crimson)

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