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quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Devaneio

Água, limpa, transparente e corrente.
Sinônimo de vida, mudança, liberdade
Purifica, nutre e rejuvenesce.

Água, suja, turva e parada
Sombria, vazia, gélida
Congela, sufoca e mata.

Oh águas incipientes, quais caminhos me pertencem?
Quão fio será meu presente
Na secura iminente, construída no pretérito latente?

O calor de Dante
Queima, arde e destrói
Rejeita, insubordina e oprime
Transcende as loucuras insurgentes

Oh águas nascentes refresque corpo e alma
Deste pobre demente!

(Crimson)

30 dias

Reflexões sobre o que se passou no último mês são várias. Porém no exato momento nada me vem em mente para um discurso concreto, mas tentarei dizer algo.

Deixe-me ver... Desempregado a saúde não sei não obtive muitas melhoras ao menos parei de assoar sangue... haha

Sai corriqueiramente, bebi, fumei, dei risada com os amigos. Mas não sei se senti!
Reflexões contemporâneas... As eleições estão chegando, os mesmos rostos, novas piadas. Sem perspectivas, mantenho a contínua aversão à direita, religiosamente contra a direita, nada de coisas falsas e banais.. “A família, a ordem e moral” idiotices. Mas também sem energia e construtivismo do lado da esquerda.

A vida? Como havia falado anteriormente “Será que chego aos vinte quatro? Será que quero chegar aos vinte e quatro?” Ainda não sei, não acho respostas nem estímulos.
Paixões... Como disse à cima, não sinto! Tenho falta de sentir novamente, o coração velho está petrificado, e dentro contínuas nostalgias de tempos passados, isso me sufoca!

Por falar em sufocar, o ar me falta, tenho que sair daqui para qualquer lugar!
Falta um mês...


(Crimson)

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Saudosismo

Sorrisos, brincadeiras
O tombo, o choro...
Hahaha

Onde está?

Ah! brincar, correr, pular...
Os sonhos
Astronauta, herói... Com capa!

Desenhos, brinquedos...
Doces, salgados, sorvetes
Sujar, lambuzar, rolar

Amigos!
Jogar, brigar, gargalhar..
Cicatrizes de batalhas sem histórias

Nostálgico, caótico
Gostos que não existem
Talvez sonhos?

Onde está?

Nas lembranças está!
O garoto que conheci...
E que morreu em mim.

(Crimson)

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Noite!

Sombra desconcertante de um período inexistente!
Os brilhos das casas, reflexo de um universo incipiente
Os prédios são estrelas as cidades galáxias e o ser humano...
Deuses?

À noite os deuses caçam, comem e bebem
Transam, brigam e se divertem
O Olímpo? ruas, praças, bares e puteiros!

Escura, fria, aterradora, sombria
Misteriosa, elegante, serena, penetrante
Noite exalante de um cheiro sufocante
Irrompem os delírios dos amantes

E no Caos desta expansão universal
O sol renasce no horizonte
Triunfante e dominante.

E os Deuses reduzem-se a meros...
Humanos?

(Crimson)

sábado, 14 de agosto de 2010

Um Ano Qualquer

365 dias
8.760 horas
525.600 minutos
31.536.000 segundos

E centenas de milhares de milésimos...

Um ano de sorrisos sem alegrias
Um ano de ressacas sem sorrisos
Um ano de tédio com alegria

Um ano de vida, que vida?
Um ano de raiva!
Um ano de brincadeiras

Um ano de músicas, esquecidas
Um ano de estudos, sem frutos
Um ano de leituras, perdidas

Um ano de loucuras sem delírios
Um ano que passa e como passa
Um ano sem ti e sem mim

Um ano sem brigas! Não havia brigas
Um ano de conquistas! Sem méritos
Um ano sem lagrimas

Um ano sem abraços
Um ano sem sustos e carinhos
Um ano sem cafunés...

Um ano do início e do fim.


(Crimson)

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

O Trono

O vento, o dia!
Planando ao leu, com um só objetivo
O dorso reto, asas fixas
Soberano! Imperial!

O sultão dos céus
Predador vorás? Nem tanto
Anseia pela presa
O vôo supremo!

Asas pressionadas
O mergulho!
Momento derradeiro.
O ataque!

A concorrência
Quatro... Sete... Dez!
Brigas intermináveis, o mais ágio e rápido!
A conquista!

Seu premio?
A carcaça putrefeita!
Carniça, banquete nobre e requintado.
Digno de um Rei

Vida longa ao Rei!

(Crimson)

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Carne!

Abre a porta e entra. Sacolas de mercado nas mãos e a gigantesca bolsa no ombro esquerdo. Com o cansaço cotidiano do trabalho, deixa as sacolas em cima da mesa da cozinha. Uf... Um suspiro de desabafo de mais um dia estressante. Tira os sapatos com os pés, imaginando o banho quente e aconchegante de meia hora... Não, não de uma hora!
De repente, um agarrão inesperado, um puxão extremamente forte pela cintura, o grito de pânico abafado com uma mão abrupta! Sua mente entra em devaneios, susto, pavor!
Com outra mão escorregando sobre suas pernas, rasgando sua meia fina, estaciona em sua vagina por baixo da saia! O horror lhe assombra, a mudez atônita a sufoca.
Seu carrasco percebe o domínio hipnótico, sabe que já não corre risco com os gritos.
Desliza a outra mão até os seios arrancando-lhe o blazer, rasgando sua blusa e descendo a saia social. Joga a sua presa ao chão e começa o ritual de submissão, beijando e mordendo toda a extremidade das costas, descendo até os glúteos passando levemente a língua pela pele alva e macia!
Ela, ao mesmo tempo em choque, começa a perceber uma súbita excitação, seu corpo não responde mais as suas vontades. Começa a tremer, mas não mais de pavor, sente seu corpo arrepiar-se, os movimentos contínuos em sua xoxota, começa a lhe confundir, quer gritar, mas não de medo e pavor, mas sim gemidos de excitação e loucura!
Ele rasga-lhe a calcinha, enfia a língua no âmbito de sua presa, o local tão desejado e esperado, os fluidos inebriam sua mente, o prazer em saborear seu presente tão batalhado e aguardado, deixa-o intumescido, abaixa a calça e a obriga a segurar seu consolo!
Gira-a pelo cabelo, levanta e enche a boca de sua vitima com seu pênis inchado, fazendo engasgar-se com tamanha violência!
Ela hesita levemente, querendo demonstrar uma contrariedade já inexistente, abre a boca e recebe o naco de carne e nervos que já esperava, saboreando a cada contração “forçada” do seu carrasco.
Suspende-a até o sofá, virando-a de costas e de quatro enterra seu caralho em uma só estocada, rasgando e forçando a dilatação das paredes vaginais, a seco, ele praticamente escuta o rompimento da carne, o que o deixa ainda mais louco de tesão.
Ela grita com a primeira vibração, logo sente o liquido brotar entre suas pernas, quase um gozo instantâneo, com os movimentos frenéticos ela abaixa a cabeça e fecha os olhos, já não consegue pensar em mais nada...
Ele puxa seus cabelos e cavalga sua potranca como um cowboy fugindo de índios enraivecidos!
Seis, Dez...Treze minutos se passaram em que apenas o calor da fricção e os devaneios loucos preenchiam o tempo, gemidos, arranhões, puxões mordidas... Ao pé do ouvido 
– Eu sou seu dono! Você é minha! – Eu sou só sua, completamente sua...
Com um solavanco e as mão dele esmagando os seios dela, ambos então em um frenesi inimaginável. O Gozo!
Os suspiros de cansaço... Deitam ao chão em cima do tapete encharcado.
O caçador e sua presa após a luta pela sobrevivência o esgotamento...

- Você disse que só chegaria às 19h30min!

- Quis fazer uma surpresa... O jantar está pronto!

(Crimson)

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Eu!

O olhar vago, às vezes atônito
O ambiente vazio de tanta gente
Faces perdidas, rascunhos de vida
Onde estou?

O encontro em família, as crianças correndo
As conversas frias, os assuntos os mesmos
Os risos! Expressões do passado
Aqui estou!

Um fim de tarde, ao bar com os amigos
Os mesmo papos os mesmo sorrisos
Do que falavam do que sorriam?
Por que estou?

Na madrugada, com o cigarro e o copo na mão
Mergulho em minha subconsciência em vão
Não há nada, não encontro ninguém
Mais uma vez estou.

Sozinho!


(Crimson)

Atravessando a Rua

Um velho atravessa a rua.
Droga! Tenho que ajudá-lo, mas estou sentado, não vai dar tempo!
Mas que velho estúpido, por que está atravessando a rua agora? Cheio de carros e sozinho! O que ele pensa? Que é o Super-Homem? Ah! Por que as pessoas velhas são tão estúpidas?
Mas analisando bem, não são apenas os velhos que são estúpidos! Por que ninguém o ajuda? Bando de imbecis...
Quando for velho, não farei esse tipo de estupidez. Mas também não vou querer que todos me levem para lá e para cá... 
Parando para pensar, os jovens que são mais estúpidos! Sempre correndo sem reparar em nada, sem prestar atenção em nada, nem no pobre velho que está atravessando a rua.
E as crianças ainda mais idiotas! São sempre elas que fodem com a vida de todo mundo!
Mas também não podemos deixar de culpar esses malditos motoristas! Velhos, jovens! São todos loucos só querem ser os mais rápidos... (Fonfom sai da frente seu lixo! Tira essa lata velha daí!) Ah! Pensando bem o ser humano que é extremamente retardado! Tudo é tão rápido todos tem sempre muita coisa para fazer, mesmo esse velho idiota que deve estar correndo (se é que se pode dizer que está correndo. rs) só para jogar bingo!
Ah! Humanidade insana!
Hum, mas também se não fosse toda essa insanidade que graça teria na vida?
Todos calmos, compassivos (Com licença, por favor... sim senhor, pode passar... ah! não há de que... por aqui, senhor... você primeiro...). Que mundo chato!
Olha só! Não é que o velho atravessou! Velho de sorte.. rs
Hum, nossa! Que horas são?
Droga estou atrasado!

– O Juca, já está pago!

Screeech! iééé!

– Quer morrer o viado!?


(Crimson)

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

O Namoro

A Conquista

O encontro dos olhares, o momento inoportuno e inesperado.
O calafrio lento devido o choque das moléculas concluindo a reação química em que a atração se completa!
É a paixão! Momento indescritível em que o individuo, jovem, velho indiferente de idade sexo ou qualquer outra coisa, se encontra de front para o grande Big Bang das emoções humanas. Nada é tão forte, belo e cruel do que a paixão!
O jogo da sedução com empolgação e entusiasmo transforma o indivíduo no maior, melhor, mais bonito e inteligente da face da terra (ao menos em sua mente, quimicamente alterada pela atração e paixão).
Ah! A conquista. O jeito, as palavras, as brincadeiras, os olhares a pele... Tudo se completa, a reação de dois seres que buscam o afago gratificante da compreensão e do desejo do outrem!

Tudo isso em horas no balcão do bar, em uma tarde de domingo pós o dia dos namorados! O solteiro freguês e a linda garçonete...

O Romance

Terminada a fase de maravilhas entusiásticas da conquista, o individuo parte para o romance. Fase em que começa a política do compromisso, o individuo começa a ceder, faz concessões, tudo para agradar o outrem, ou melhor, a si mesmo, pois na política do compromisso segue a Lei de Hamurabi! “Em que aqui se faz aqui se paga!” Ou seja, tudo para ganhar sua grande e honorável recompensa!

... Após a conquista no bar, o Freguês começa a buscar a jovem senhorita no fim do expediente, levando até seu ponto de ônibus (Não, o individuo, não possui umas das principais armas do conquistador... O automóvel!!). Papos furtivos, conversas agradáveis, sorrisos, gargalhadas... Ow! Droga! O ônibus chegou e ele não teve tempo de ganhar sua recompensa! O entusiasmo pode ser um grande vilão nesse jogo!


O Rompimento

Sim! A paixão avassaladora não dura para sempre, infelizmente ou felizmente, o ser humano não consegue manter relacionamentos amorosos por muito tempo, uma série de fatores condizem com essa inegável realidade! Os elementos da química da paixão gastam-se rápido, e sempre precisam ser substituídos, nesse caso quase sempre aparece outro com mais nutrientes químicos e acabam separando essa reação tão complexa e frágil. Criando outras reações complexas.
Mas não é só isso! O desgaste dos elementos faz prevalecer outros elementos que não haviam aparecido no momento da atração. O jeito, as palavras, as brincadeiras, os olhares já não se completam, não interagem, as concessões não são mais aceitas.
É, chegou o momento do fim.

... Ao buscar "sua" linda garçonete e depois de conversas agradáveis e gargalhadas perdidas, o individuo deseja reclamar sua recompensa, ao tentar beijá-la...Chuác! Um beijo no rosto!
 - “Desculpe! não tem nada ver, somos amigos...”


(Crimson)

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Vou-me

A morte se anuncia! Fria, gélida
Linda e pérfida!
Na esquina da minha rua
Na garagem da minha casa
Nua, crua, dominante e soberana
Vejo os passos, escuto o aroma
Confundo-me, distraio-me  
A loucura inebriante do fim inevitável
Medo! Que medo? Milhões caem diariamente
Rebentos surgem indiferentes
Vou-me, talvez tarde
O sopro quente, ao pé da cama...
Sopro quente ao pé da cama? Sempre achei que fosse fria
Agora que me vou. Penso, Que belo dia!
Céu azul, poucas nuvens, clima calmo e refrescante
Confortável, despreocupado
Vou confiante, encontrar a linda dona d’minha alma
Oh morte delirante, beije-me e ame-me!

(Crimson)

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Andando na Areia

O coração de repente ficou acelerado,
Sem querer pensar, que talvez o momento não coubesse jamais,
Sob a oportunidade que talvez não voltasse mais.
Por achar que em outro momento, seria errado.

De cabeça baixa, derrotada pela timidez e medo,
Súbito o impacto, um puxão, de braços e abraços iguais
Em querer se perder no momento, que te empurra e diz: vais
Apalpou o ar, encontrou os dedos. Na vista de todos, sem segredo.

Magnífico e confuso, o beijo,
E quando abriu os olhos! Sorriu em sua boca, deixando-se amar.
Já que liberto e tranqüilo estava o desejo.

As sombras juntas então, passaram a caminhar,
Inevitável é a esperança de viver amor que fluí como um Tejo,
Abraçados, no seu momento eterno, um par.


(Victor Marin) 

domingo, 1 de agosto de 2010

Silêncio

Os grilos, os coaxares dos sapos
O som dos carros solitários na madrugada vazia
Como ouvir o silêncio?
Como senti-lo?

O motor da geladeira
O bater das asas dos mosquitos
Onde está o silêncio?

O som do meu estômago
O pulsar do meu coração
Tudo é tão alto, tão barulhento!

O suspiro, o trago do meu cigarro
Sinto como se o piscar de olhos, fossem portas de chumbo fechando-se
O que é o silêncio?

Acho que só a morte dirá
Mas existe silêncio após a morte?


(Crimson)

Lira Noturna

Sombra, Soturno,
Procuro, penso,
Penso, procuro,
Penso, denso,
Esfacelo-me no ocaso cinzento...
Sorrio, levanto
Obtuso,
No ardor do vento.
Renascido,
Bebo e canto,
...e nessa geometria de cadência do vento
Sibilino, rio!
Só não penso.
 
 
(Felipe Pöe)