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sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Emersão

Soturno, ignóbil e fatal.
Pujante, belo e visceral.
Traços restantes no ano teatral.
Esfacelo-me em rituais ancestrais...
Disfarço e rio da desgraça alheia e prendo-me em costumes tardios.
Sinto que não me pertenço, sou um títere de um corpo moribundo.

27 agulhas enfiadas cuidadosamente para não machucar mais do que o necessário.
27 retalhos de algodão, para limpar o sangue lúgubre.
27 dentes amarelados pela nicotina
27 rostos atormentados, que me rodeiam diariamente.
27 coxas torneadas onde me perco em alegria
27 notas tocadas em uma canção tenebrosa, sem letra.
27 gírias esquecidas.
27 notas vermelhas e 27 notas azuis.
27 beijos de verdade
27 tchaus

Não tem mais vinte e sete, apenas um.
Uma sombra sem corpo
Girando sem rumo
Uma sombra longa
Caindo no escuro.
Uma sombra branca
Surgindo adiante
Uma sombra minha
Projetada em outro...
Outra sombra, outro eu.

Nascendo após 27 mortes de heróis, bêbados, lendas, ratos, docinhos , prostitutas, famosos e párias....
Nascendo...


Meu rosto, meu sorriso, meu filho, meu eu.

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