Pesquisar este blog

sábado, 11 de dezembro de 2010

Cronos

O cheiro, do orvalho fresco
Gotejando de uma árvore morta
Em uma manhã sufocante de inverno


O cheiro, das flores murchas  
Exalada de um cacto decrépito 
Em uma tarde seca de primavera


O cheiro, da chuva ácida
Corroendo os carros velhos
Em uma noite tétrica de verão


O cheiro, dos frutos podres 
De um pomar abandonado
Em uma madrugada suja de outono


Doce perfume da natureza viva 
Em que a obra superior de um criador imperfeito 
Desdobra-se, pois é criação humana 
Assim como todas as sensações, humanas!


(Crimson)

Nenhum comentário:

Postar um comentário