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segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

A Teia


Contorcia-se para todos os lados, não havia saída, quanto mais se mexia, mais se enrolava, às teias eram como aço, sabia que era seu fim então parou por um instante. 

Envolto até o pescoço, o ar rareara começou a se lembrar de como tudo ocorrera...

Sempre fora importante, todos o queriam por perto era chamado para qualquer ocasião, bem sucedido com as mulheres e com os engravatados, um sorriso enigmático e perspicaz o acompanhava, com respostas na ponta da língua, resolvia todos os problemas, dos contratos arriscados da firma até o cano quebrado de sua casa! Confiante, esperto, elegante e engraçado...

Na verdade nunca precisou se preocupar com mais de duas questões: quando e onde? O resto era por sua conta! À vida perfeita, o mundo perfeito...

Mas naquele dia o grande enigma o encontrou, desafiando-o e derrotando-o, o mais intrigante era que sabia que tinha a resposta, à justa resposta que lhe apunhalou.

O problema não era sentimental, aliás, essa era sua grande arma, pois nunca tivera sentimentos reais, todos meticulosamente controlados e adestrados. O grande problema era existencial o que dificultava tudo, pois de sua essência nunca desconfiara, sempre acreditou saber exatamente quem era e por que era!

Porém, para seguir tinha uma escolha e no mais simples dos caminhos encontrou o abismo profundo.

Encantou-se por uma felicidade espontânea, imoral e deliciosamente real!

Percebeu que tudo em que acreditava era tão minúsculo que mãos fortes e confiantes não conseguiam segurar uma vida tão frágil.

Finalmente soube que o que importava era seu novo vício, sua riqueza, o tesouro conhecido como LIBERDADE! O problema que isso, não se compra, não se troca nem se ganha com lábia, proezas físicas, intelectuais ou sociais!

Descobriu fatalmente que se conquista em breves e simples momentos e se vai como uma brisa leve e refrescante sem pistas de onde e como encontrá-la.

Olhos melancólicos, mas como nunca, vivos, atentos e por que não esperançosos com esses olhos finalmente descobriu como tudo ocorrerá! E com o ultimo olhar desanuviado enxergou o novo mundo e às teias finalmente o cobriu por completo...

(Crimson)

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